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UMA PROFESSORA TENTANDO AJUDAR A EDUCAÇÃO DE NOSSO PAÍS ATRAVÉS DE EXPERIÊNCIAS VIVIDAS EM SALA DE AULA.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011


POR UMA ÉTICA NO

COTIDIANO

Professora Silvana: Exemplo de Ética no cotidiano da escola pública do estado do Ceará Deputado Manoel Rodrigues para funcionários, Gestores, Professores e Alunos.

Como transmitir princípios morais aos nossos filhos se eles estão expostos ao bombardeio dos meios de comunicação, que exaltam valores tão distorcido?

Como torná-los responsáveis e íntegros, num mundo em que o mal parece vencer sempre?

Questões como essas são reiteradamente colocadas por pais e educadores, assustados com a sensação de impotência frente aos apelos do mal.

Será que o comportamento desses adultos é coerente com seu discurso?

Não existem controvérsias quanto aos valores que nossa cultura preza: valorizamos a dignidade, a justiça, a honestidade, honra – palavras pomposas, que traduzem conceitos vagos e ambíguos. Porém, nosso comportamento reflete o contrário do que cultuamos: nos divertimos com brincadeiras agressivas, que humilham o próximo; transgredimos as leis do trânsito, em flagrante desprezo pelos direitos do outro; passamos pelo acostamento quando a estrada está congestionada; paramos em fila dupla na frente da escola; desrespeitamos a faixa de pedestre; fazemos ligações clandestinas de TV a cabo, numa exibição do mais selvagem individualismo. Essas atitudes desacreditam nossos prolixos sermões sobre disciplina e respeito.

Queremos que nossos filhos sejam responsáveis, mas como eles aprenderiam a arcar com as consequências de suas escolhas se, ao brincarmos juntos, trapaceamos nos jogos, burlando as regras para deixá-los ganhar? Fazemos isso com o pretexto de preservar a auto-imagem da criança(como se só os vencedores fizessem boa figura, apenas os vitoriosos pudessem ser amados), mas de fato é porque não aguentamos vê-los desapontados.

Como fazê-los disciplinados e ordeiros se vivem sob a ilusão de uma mágica que transforma a bagunça e a sujeira em limpeza e ordem, na escola ou em casa?

Como levá-los a respeitar a opinião do outro e a fazer concessões em situações de conflito se nossa confusão entre violência e liderança convence o menino brigão de que é uma criança “de personalidade forte, que sabe o que quer”?

Isso não significa que nosso discurso seja mentiroso. O comportamento de uma plateia no cinema (que se identifica com o herói) ou a imediata solidariedade com que uma população responde a uma tragédia, demonstram que efetivamente prezamos os valores que alardeamos. Mas talvez a coerência não seja um atributo dos humanos: sentimentos contraditórios convivem tranquilamente dentro de nós.

Sobretudo somos mais distraídos: a maior parte do tempo, funcionamos sob o comando de um piloto automático, que nos empurra para o caminho mais fácil, esquecidos dos valores que deveriam nortear nossas escolhas.

Nossos filhos e alunos prestam atenção aos nossos gestos – e gravam mais nossas atitudes do que nossas palavras.

Cabe ao Professor Diretor de Turma levar esse assunto para uma reflexão com os pais de seus alunos, mostrando que seríamos pais e educadores melhores se fôssemos mais atentos e cuidássemos para que nosso comportamento cotidiano refletisse nossos princípios morais, e nos tornaríamos pessoas melhores se aprendêssemos a transformar os discursos sobre lealdade e fraternidade em gestos de solidariedade e compreensão.

Texto adaptado por Tânia Sampaio de Alcântara

(Coordenadora Regional do Projeto Professor Diretor de Turma-Sefor)

Fortaleza-Ceará Tânia.sampaio@seduc.ce.gov.br

Fonte: ARATANGY,L.R. “Por uma ética no cotidiano”. Revista Viver Psicologia. São Paulo: Ed. Segmento, março de 2001.

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