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UMA PROFESSORA TENTANDO AJUDAR A EDUCAÇÃO DE NOSSO PAÍS ATRAVÉS DE EXPERIÊNCIAS VIVIDAS EM SALA DE AULA.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011


EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA

O biocentrismo (do grego βιος, bios, "vida"; e κέντρον, kentron, "centro") é uma concepção, segundo a qual todas as formas de vida são igualmente importantes, não sendo a humanidade o centro da existência.

O biocentrismo foi prosposto como um antônimo ao antropocentrismo, que é a concepção de que a humanidade seria o foco da existência.

Uma visão biocêntrica não rejeita a sociedade humana, mas a retira do status de superioridade e a coloca em equilíbrio com as outras formas de vida.

Estamos vivendo a emergência de uma nova forma de ser e de viver centrada na vida. A surpreendente fecundidade do pensamento biocêntrico, originário da vivencia do Princípio Biocêntrico, nos impulsiona a buscar formas de pesquisa e de divulgação científicas, que permitam mais e mais pessoas terem contato com a visão Biocêntrica e suas possibilidades de ação e de transformação humanas.

Pressupostos para uma Educação Biocêntrica
A Educação Biocêntrica visa a conexão com a Vida. No entanto, enquanto processo de aprendizagem, uma Educação Biocêntrica pressupõe certas concepções que antecedem e devem fundamentar as atitudes do educador em sua participação incentivadora, indutora e mesmo condutora – no sentido de indicar um caminho – no movimento do educando de conexão com a Vida.

Estar conectado com a Vida significa experienciar cada instante como único e intransferível no tempo e no espaço, é captar a profundidade do “aqui-agora”, é perceber-se na inserção congruente com o Todo.

Marcos Cavalcante* afirma que podemos reconhecer a Educação Biocêntrica como uma tendência evolucionária que visa à integração do indivíduo, orientado por sua autoconsciência e constituído em suas relações altruístas, o que cria as possibilidades para o seu desenvolvimento e para a expressão de suas potencialidades instintivas. A Educação Biocêntrica estimula, no indivíduo, a vinculação com a vida e isso acontece a partir da relação consigo, com o outro e com o meio. Ao acordar o seu SER adormecido, ativamos seus instintos originais e gregários determinados biologicamente, notadamente sufocados e condicionados pela cultura da dissimulação, do disfarce dos sentimentos e dissociação do corpo, identificadas nas relações dicotômicas vividas na era moderna.
Leonardo Boff * nos ensina que,” quando pensamos que estamos a fazer uma leitura do mundo, na verdade estamos fazendo uma (re)leitura para que possamos compreender e interpretar as nossas experiências. Assim, o nosso ponto de vista é apenas a vista de um ponto. Cada um interpreta a realidade a partir de onde os pés pisam e os meus, durante vinte anos pisaram amorosamente o chão das escolas públicas”.

Com sua sensibilidade,Boff nos diz que, para que possamos entender como alguém lê a paisagem, é indispensável saber como são os seus olhos e qual é a sua visão de mundo, porque não há verdades absolutas e regras imutáveis. Para tanto é importante conhecer o “lugar social” do sujeito que mira a paisagem e seus cenários, como ele vive, com quem ele convive em seu cotidiano, que experiências guarda consigo, qual a sua profissão, que desejos ele alimenta em sua existência, como assume os dramas e as alegrias da vida e da morte, quais as esperanças que o animam. A Educação Biocêntrica não pode desconhecer os lugares sociais onde quer plantar suas sementes, a terra que vai acolhê-la e deixá-la germinar. Ela precisa conhecer também as sementes e a história cultural que habita o seu interior.

Na escola,através das aulas de FORMAÇÃO CIDADÃ, a Educação Biocêntrica deve contribuir para fortalecer o vínculo entre a escola e a comunidade, estimulando formas distintas de participação de todos nos tempos e espaços do ensinar e do aprender. Para estimular a participação, deve-se possibilitar a cada um, integrar-se com aquilo que tem maior afinidade, experimentando trocas e constituindo-se em aprendiz que ensina e em educador que aprende. O DIRETOR DE TURMA deve dar ênfase às cerimônias de celebração, como mecanismo de fortalecimento dos vínculos, da partilha de experiências significadas pelo grupo (os aniversários, as datas comemorativas importantes, a prática de esportes cooperativos na natureza, entre outras). Essa inspiração pode estar vinculada aos temas mais urgentes que são propostos nas Linhas de Vivência. A formação escolar em ciclos de aprendizagem, vinculada aos potenciais do desenvolvimento humano, pode incentivar práticas inovadoras e devolver a aprendizagem o sentido perdido.
O que se deseja é compartilhar com os DIRETORES DE TURMAS este movimento sinuoso que transversaliza o conhecer, o ensinar, o estar-junto, o ser cuidadoso na presença do outro para refutar a ordem excessiva que torna as aprendizagens patológicas quando paralisa o que é dinâmico. Orquestrar experiências educativas que retirem as pessoas da rotina diária, para que elas possam adentrar em relação com mundos possíveis, às vezes invisíveis ao não iniciado, para que possam abrir-se ao estremecimento da criação e à surpresa do milagre.


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